“Marina Silva Presidente” em evidência mais uma vez

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Magali do Nascimento Cunha

A morte de Eduardo Campos em 13 de agosto, provocou uma mudança no cenário das eleições à presidência da República em 2014. Marina Silva, sua vice, é o nome que emerge com o apoio das mídias e da família de Eduardo Campos, segundo carta divulgada pelo irmão do candidato em 14 de agosto. Especula-se que setores do PSB não sejam favoráveis à indicação de Marina Silva, que divulgou nota também em 14 de agosto, desautorizando especulações e afirmando que tomará decisão “quando julgar oportuno”.

A reconhecida força de Marina Silva – Entre lideranças evangélicas há a expectativa de que Marina seja efetivada como a titular da chapa. O colunista do Gospel+, pesquisador Johnny Bernardo, acredita que se ela for a escolhida pelo PSB, pode representar séria ameaça a Dilma Rousseff (PT). “Com sua imagem fortalecida pela última eleição ao Planalto, em 2010 – ano em que alcançou 20 milhões de eleitores e levou as eleições ao segundo turno -, Marina Silva imporia um novo ritmo, capaz até mesmo de colocar em risco à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Outro fato que pode pesar a seu favor será a comoção nacional”, avaliou.

Para Bernardo, até mesmo os votos que muitos evangélicos direcionariam ao pastor Everaldo Pereira (PSC) podem, em caso de oficialização da missionária assembleiana na disputa, mudar de lado: “Com Marina como candidata até mesmo votos quase certos ao pastor Everaldo poderão ser direcionados a ela. Mesmo não alcançando a presidência, pela primeira vez na história do Brasil duas mulheres poderão disputar a atenção dos eleitores em um segundo turno, em uma disputa extremamente apertada. Os próximos dez dias apontarão o caminho a ser tomado. Esperemos!”, resumiu.

Lamentando a morte do candidato e a dor que familiares e amigos estão sentindo, líder do Caminho da Graça Caio Fábio disse que “a tendência natural a essa sucessão seria a Marina”, e acrescentou um raciocínio muito semelhante ao do pesquisador Johnny Bernardo: “Não me admiraria se por causa da tragédia como adubo, ela, que já tinha simpatias anteriores somadas a tragédia do Eduardo – como fertilizante trágico da campanha – possa vir dar e criar um cenário totalmente novo de repente para essas eleições”.

O senador da Frente Parlamentar Evangélica Magno Malta (PR-ES), que concorre à reeleição e faz oposição a Dilma Rousseff declarou: “Nós já tínhamos gente dentro do segmento evangélico que estava com Eduardo [Campos] por causa de Marina. Isso certamente deve aumentar se ela for candidata”. O problema para Malta é o mesmo levantado por líderes evangélicos em 2010: “Existe uma série de questões importantes para os evangélicos sobre as quais ela não se posicionou abertamente”, o que favorece o candidato Pastor Everaldo Pereira (PSC), apoiado por ele. Quanto às outras parcelas do eleitorado, para Magno Malta, tanto PT quanto PSDB devem se preocupar. “Ela rouba votos de Dilma, mas não de Aécio, que tem um eleitor cativo. Mas Aécio agora terá problemas para chegar ao segundo turno”, diz Malta.

O termômetro das pesquisas – Antes da oficialização da candidatura de Eduardo Campos como titular do PSB, o Instituto Datafolha realizou uma pesquisa em abril considerando a hipótese de Marina Silva ser a candidata do partido.

À época, o desempenho de Marina era superior ao de Eduardo e o de Aécio Neves (PSDB). Segundo os números divulgados pelo instituto em 7 de abril de 2014, Dilma Rousseff (PT) teria 39% das intenções de voto, contra 27% de Marina Silva e Aécio Neves 16%. Os brancos e nulos seriam 13%.

Antecipando-se à possível oficialização de Marina Silva como candidata à presidência após a morte de Eduardo Campos, o Datafolha registrou ainda ontem uma nova pesquisa na Justiça Eleitoral. O levantamento será feito entre hoje, 14 de agosto, e o próximo sábado, 16. O resultado, que sai na segunda-feira, 18 de agosto, poderá ajudar o PSB a tomar as decisões sobre os rumos de sua campanha.

No entanto, a pesquisa Datafolha registrada às pressas no próprio dia 13, horas depois da morte do candidato do PSB à presidência, seria uma infração da legislação eleitoral. Segundo especialistas, a resolução do Tribunal Superior Eleitoral 23400/2014, não permite a promoção de pesquisa eleitoral que inclua candidatos não registrados oficialmente na Justiça Eleitoral nesse momento da campanha. O artigo 13 da resolução estabelece que os eleitores só podem ser questionados sobre candidatos registrados.

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