ONU defende direitos humanitários argentinos

ALC

Buenos Aires – O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou resolução apoiando o governo argentino na negociação da sua dívida. Decisão que condena os ‘fundos abutres’ – que desconsidera as condições de vida da população – contou com 33 votos favoráveis, cinco contra e nove abstenções.

Essa decisão influenciou a decisão da Justiça norte-americana, que autorizou o pagamento de US$ 5 milhões aos credores da dívida reestruturada do país no dia 26. A decisão foi tomada pelo juiz Thomas Griesa, de Nova York – que tinha bloqueado o pagamento do último vencimento, em 30 de julho. O dinheiro será depositado no dia 30.

A situação recente da crise argentina foi desencadeada pela sentença de Griesa, favorecendo os ‘fundos abutres’, que mesmo representando apenas 1% dos papeis argentinos, compraram títulos da dívida argentina a preços baixos com a intenção de ‘lucrar’ com o sofrimento do povo argentino. A sentença obrigava o país a desembolsar de imediato o valor integral, mais juros de US$ 1,6 bilhão.

Diante da resistência política do governo de Cristina Kirchner em pagar o valor, sob o argumento que desrespeitava a maioria dos credores, que se tratava de um pequeno grupo e que violava dois acordos de reestruturação da dívida,

Os credores aceitaram cobrar o valor devido com descontos de até 65% em 30 anos, desde que o país não fizesse uma oferta melhor aos 7% que não aderiram ao acordo. O temor do governo argentino é que após pagar 100% do devido aos fundos abutres, fosse processado pelos demais credores.

Griesa sentiu a pressão internacional, sensível ao esforço econômico dos argentinos e decidiu não bloquear o pagamento, como tinha feito em 30 de julho. Neste momento, a Argentina tinha o dinheiro e a vontade de honrar seus compromissos, mas foi impedida de fazê-lo.

A luta argentina pela soberania econômica, em defesa de seu povo, segundo o economista Fausto Spotorno, se concentra em ganhar tempo para pagar as parcela e luta para obter apoio político internacional. Essa decisão sensibilizou a Comissão de Direitos Humanos da ONU que decidiu condenar moralmente a atitude dos ‘fundos abutres’ e a decisão do juiz estadunidense.

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