Manifestações de alto custo e pouco resultado

Manifestaciones en Brasil (Xinhua)

BRASIL

Por Antonio Carlos Ribeiro
A TV Globo vive dias de tudo ou nada. As manifestações golpistas deste domingo tiveram um efeito pior que o esperado. A campanha pelas redes sociais parece ter afetado a saúde da emissora cinquentenária, com sua audiência balançando entre 7,2% e 17,2% – uma variação menos que inexpressiva em relação aos 70% do mercado brasileiro, já controlado por ela.
No entanto, os principais efeitos da crise foram a convocação do seu quartel de apresentadores, a imprecisão das informações e os depoimentos que variam de políticos investigados ou respondendo a processos, de um lado, e a pessoas muito simples e de baixa condição social, de outro, tentando criar a unanimidade perversa na avaliação do governo da Presidenta Dilma Rousseff.
Alguns ‘excessos’ da reportagem provocaram dúvidas e certezas. Os cerca de 210 mil manifestantes na Av. Paulista se tornaram um milhão de pessoas. Mesmo que se considere esse público como os que circularam à tarde, sob o sol, não é aceitável. Ser desmentido pelo Instituto de Pesquisa Datafolha, do Jornal Folha de S. Paulo, que desenvolveu base de cálculo em manifestações de rua, gera incômodos e dúvidas sobre a veracidade jornalística da Globo.
Quando a afirmação do Datafolha foi confirmada pela Polícia Militar de São Paulo, os últimos restos de credibilidade escorreram entre os dedos. As 188 mil pessoas no horário de maior movimento fez cair as cifras divulgadas antes. A maneira como a emissora torna a vida política pouco interessante, passou a determinar o contrário do que queria mostrar. A ‘Marcha para Jesus’ e a ‘Parada Gay’, ambas de 2012, agregaram 355 mil e 270 mil, respectivamente, e as ‘manifestações’ de 2013 reuniram apenas 110 mil. Agora, elevar esse número para um milhão, afronta a inteligência!
No município de Araguaína, no Estado do Tocantins, região norte do país, houve o mesmo milagre. As cerca de 40 pessoas, incluídos os policiais militares, bombeiros e grevistas, que caminharam entre 9h30 e 10h pela Av. Cônego João Lima – nos 1.300 metros da Av. Neblina até a Praça das Bandeiras, sem movimento de carros e pessoas pelas calçadas – foram multiplicadas para 500 pessoas, segundo o portal G1. Até um caminhão baú, sem publicidade, ‘engrossou’ o manifesto.
Isso significa que o ardor pelo ato golpista, fez arrefecer a precisão necessária ao ato objetivo e preciso de noticiar fatos, cedendo ao ímpeto de narrar uma odisseia literária, da qual os brasileiros foram privados, apenas lendo estupefatos o que publicado. E pior, sem se dar conta de que as dezenas de relatos matutinos integravam o relato ficcional das preliminares, atraindo sua atenção para o ato da Avenida Paulista no fim da tarde. Além da falta de resultado objetivo, a convocação de quase 100% dos jornalistas determinou mais encargos para o custo operacional da emissora. Custo excessivo, para quem deve R$ 3 bilhões à Receita Federal brasileira.
2 comments on “Manifestações de alto custo e pouco resultado
  1. Pois é acho essa matéria tendenciosa. E o que a gente viu na rua foi o povo família, aquele que se sente lesado por esse governo e essa mídia tendenciosa… Não se pode tampar (tapar) o sol com a peneira… Quem apoia a corrupção desenfreada sempre vai achar golpe nos protestos… A predisente deveria ser deposta sim, porque sua campanha teve fundos, fruto de corrupção e isso é o suficiente.

  2. Parece que o autor do artigo não vive no Brasil, ou é patrocinado pelo atual Governo do Brasil. Não foi a Globo que planejou as manifestações, mas o povo. De fato, eu não creio na derrubada desse Governo, porque ele está alicerçado sobre pilares que ultrapassam o nosso conhecimento, mas creio que essas manifestações mostram que o pote da decepção está ficando cheio. Estas manifestações não tiveram a presença de grandes nomes, fazendo shows, como em algumas ocasiões se viu. O que se viu foram país e filhos, juntos, mostrando sua insatisfação, de forma tranqüila, sem violência.

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