Alejandro Amdám (Agência Télam),
“Eu pedi a ajuda do Senhor, e ele me respondeu; el me livrou de todos os meus medos. Os que são perseguidos olham par ele e se alegram; eles não ficaram desapontados” (Salmo 34.4-5)
Às vezes, situações como as que estamos enfrentando nos confrontam com o medo de que algo nos invadir, nos infectar ou simplesmente nos fazer mudar completamente nossa rotina diária. Lá descobrimos que nossas estruturas mentais e físicas (o que fazemos e dizemos todos os dias como se tudo fosse inabalável) estão mal preparadas para a incerteza do que acontecerá.
Tempo de coronavírus, algo que há pouco tempo atrás só podíamos imaginar em um filme de ficção científica em nossas casas, hoje é uma realidade avassaladora para muitas pessoas, devido ao fechamento apenas em sua casa, devido a situações de extrema vulnerabilidade em grande parte da região (com mulheres precárias, grupos LGBTIQ e meninas, meninos e adolescentes em risco) são fortemente evidenciadas.
A Páscoa de 2020 certamente será lembrada não apenas pelo fato da pandemia, mas porque a fé também precisa ser revivida em nosso coração, mente e alma (parafraseando o texto bíblico) de uma maneira diferente, mais próxima, mais íntima e fortemente ligada ao cotidiano que às vezes nos ultrapassa. Assim, o medo no texto bíblico se opõe ao amor, conforme expresso pelo velho João em uma de suas cartas. É esse medo que dá entrada a nossos ressentimentos, ódios e piores sentimentos que emergem como se salvar a si mesmo ou individualmente fosse uma chave única para lidar com esse tempo. Esta é uma disputa que deve ser feita do ponto de comunicação, insistindo repetidamente, ao dizer do WACC, que “a comunicação é para todas e todos”
Os aspectos cotidianos e comunicacionais iluminam fortemente nosso pensamento, se não, levam em conta uma maravilhosa fotografia do fotógrafo argentino Alejandro Amdám (da Agência Télam), tirada em 29 de março nas ruas do bairro de San Telmo, em Buenos Aires, “estamos todos vacinados” Porque é no povo de Deus que o amor é encarnado, comunicado e a partir da palavra falada que é feita um gesto compartilhado, uma realidade diferente é gerada onde, mesmo a morte, não vence no final da história.
Rev. Leonardo Felix-Director ALC