Migrantes procuram Biden para reforma da imigração

Uma carta escrita ao presidente eleito Joe Biden por um imigrante que vive em Matamoros, México, o incentiva a levar adiante as reformas de imigração que prometeu durante sua campanha. Foto cedida por Cindy Andrade Johnson.

Por Kathy L. Gilbert-
Traduzido e adaptado por Sara de Paula. Noticias MU

Milhares de migrantes depositam suas esperanças na chegada do governo Biden para ajudá-los a avançar em sua busca por uma vida digna e segura nos Estados Unidos. Eles estão escrevendo ao presidente eleito para lembrá-lo de suas promessas.

O presidente eleito Joe Biden disse que estabelecerá o limite anual de refugiados em 125.000. Ele se comprometeu a aumentá-lo com o tempo.

Cindy Andrade Johnson, uma diaconisa Metodista Unida em Brownsville, Texas, tem sido a “ponte” que liga centenas de migrantes aos generosos Metodistas Unidos em todo o país enquanto vivem em condições deploráveis sob a Ponte Matamoros, no estado mexicano de Tamaulipas.

¿Qué dice la iglesia?

En sus Principios Sociales, la Iglesia Metodista Unida reconoce a todas las personas independientemente del país de origen, como miembros de la familia de Dios, y se opone a las políticas que separan a los miembros de la familia entre sí.

A certa altura, 2.500 viviam na cidade de tendas, que cresceu após a criação dos Protocolos de Proteção de Migrantes, também conhecido como “Permanece no México”. Essa política, uma das várias emitidas pelo governo do presidente Donald Trump para desencorajar ou restringir a imigração, forçou os migrantes que buscam asilo a esperar fora das fronteiras dos EUA.

Alguns dos que viviam no campo conseguiram empregos no México e juntaram seu dinheiro para se mudar para apartamentos. Johnson disse que os quase 1.000 que ainda vivem no campo são os mais pobres dos pobres, incluindo 300 crianças.

Além da política de permanência no México, o presidente Donald Trump prometeu construir um muro ao longo de toda a fronteira sul dos EUA e limitou o número de refugiados admitidos nos Estados Unidos em 15.000 em 2021, uma baixa histórica.

O campo permaneceu livre de COVID-19, mas alguns doentes foram deportados antes de chegarem ao campo, disse ela, acrescentando que o COVID-19 também está sendo usado como desculpa para encerrar o processo.

Os migrantes começaram uma campanha de redação para Biden antes das eleições. Desde a eleição, enviaram mais cartões-postais parabenizando-o e pedindo que não os esqueça. Eles imploram para que ele cumpra suas promessas.

“Que Deus, o pai, o filho e o Espírito Santo… o leve a cumprir suas promessas, entre elas a de restaurar a dignidade do ser humano àqueles de nós que fugimos de ditaduras sangrentas”, escreveu um migrante.

Johnson disse que fala com eles sobre conseguir advogados e patrocinadores. “Eles têm que fazer o trabalho. Eu digo a eles: ‘Vocês estão aqui há mais de um ano; não ter advogado não é aceitável.’”

As barracas em que moram não têm eletricidade e não são um bom abrigo contra o frio do inverno e o forte calor do verão. O furacão Hanna atingiu a região no verão passado, encharcando todos os seus pertences. Mas eles são resilientes, disse Johnson.

“Eles têm duas escolas de migrantes onde ensinam inglês”, disse ela. “Eles construíram pequenas cozinhas e a comida que cozinham é muito boa!”

As doações de remédios, cobertores e outros suprimentos que chegam são grandes, mas a melhor coisa a fazer é defender a justiça, disse Johnson.

“A compaixão é boa, mas se não inclui justiça, não vai ajudar essas pessoas.”

Todos merecem ter acesso à justiça, ser tratados com dignidade e as famílias devem estar unidas, disse Rob Rutland-Brown, diretor da National Justice for Our Neighbors (Justiça Nacional para os Nossos Vizinhos), um serviço jurídico gratuito oferecido pela Igreja Metodista Unida.

“Vai levar tempo e muito trabalho para desfazer os danos que foram infligidos ao nosso sistema de imigração nos últimos quatro anos”, disse ele. “As mudanças de longo prazo que precisamos fazer como país para resolver totalmente nosso sistema de imigração falho não podem ser corrigidas por um presidente sozinho.”

O presidente eleito Biden se comprometeu a reverter essa política de imigração, disse a bispa Metodista Unido Minerva Carcaño, diretora da United Methodist Immigration Task Force (Força Tarefa de Imigração Metodista Unida) e líder episcopal da Conferência Califórnia-Nevada.

“Espero e rezo para que não nos tornemos como aqueles que insensivelmente fecham os olhos às pessoas que buscam asilo na fronteira sul que vivem em acampamentos no frio rigoroso do inverno”, disse Carcaño.

Ela apontou para a miséria causada pelas políticas atuais, como as 600 crianças migrantes que ainda não se reuniram com suas famílias e o “desperdício de recursos” para construir o muro sul.

Johnson disse que deseja que os Metodistas Unidos defendam um sistema justo. Ela encoraja as pessoas a estarem à procura de migrantes em sua área, dar-lhes abrigo ou serem patrocinadores.

“Se você vir algo que não está certo, entre em contato com seus senadores e deputados”, disse ela. “Pessoas morreram porque somos tão compassivos, mas não lhes demos justiça, os direitos que merecem como seres humanos.”

“Existem grupos maravilhosos fazendo coisas maravilhosas”, disse Johnson, embora ela minimizasse seus próprios esforços: “Tudo o que faço é apenas abrir minha boca.”

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *