Evangélicas pela Igualdade de Gênero se manifestaram contra o assassinato de Denise Alves Fernandes

BRASIL-

Em nota divulgada esta tarde pela rede Facebook, Evangélicas por la Igualdad de Género de Goiás (EIG Goiás) expressaram sua tristeza e indignação pelo trágico assassinato da cronista Denise Alves Fernandes, 54, vítima mortal da cultura do ódio contra as mulheres. mulheres.

De acordo com o que foi informado pelo EIG Goiás, o caso ocorreu em Aparecida de Goiânia onde a vítima, uma mulher de 54 anos, sofreu violência doméstica. “Denise testemunhou em casa, onde trabalhava como cronista, o que estamos acostumados a ver na mídia todos os dias: a violência cruel praticada contra as mulheres dentro de suas casas”, começa o Comunicado das Evangélicas pela Igualdade de Gênero.

Publicados na rede social Facebook, explicam que “por tentar acabar com o cenário de violência doméstica, [Denise Alves Fernandes] levou um chute na cabeça do agressor, que era o marido; Ela passou alguns dias no hospital, mas acabou morrendo! “

“Denise morreu vítima de machismo. Denise morreu porque era mulher. Morreu pela cultura que mata mulheres ”, expressa EIG Goiás com indignação.

Dados de 2020 do Ministério da Segurança Pública de Goiás (2020) indicam que o crime de feminicídio aumentou 20%, em relação aos meses de janeiro a setembro de 2019. “O estado de Goiás trabalha em consonância com o Governo Bolsonaro e o Ministro dos Direitos Humanos e da Mulher, Damares Alves; O governador Ronaldo Caiado não resolve os problemas da violência doméstica e do feminicídio ”, denunciam as Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Género.

No próprio comunicado, o EIG Goiás alerta que algumas “igrejas evangélicas oferecem cursos para casais na modalidade ‘escola familiar’ para reforçar a misoginia e o machismo e as escolas confessionais (principalmente católicas e evangélicas) ensinam as crianças a ‘indiscutível hegemonia’ do masculino, tudo justificado, pelo discurso pró-família ”. E continua: “em‘ nome de Jesus ’as meninas estão sendo educadas para viver o destino de submissão a seus maridos abusivos, esse é o padrão imposto a elas; enquanto os meninos são educados para não serem ‘pequenas mulheres’, então eles têm que ser rudes ”.

Com dor, diante do feminicídio de Denise Alves Fernandes, o EIG Goiás fecha a comunicação denunciando que, tudo que é uma questão de gênero, “é um palavrão, nem se fala !; Goianos odeiam feministas, eles se rebelam contra a ‘ideologia de gênero’, mas não estão indignados contra o feminicídio ”.

Abaixo você pode ler o depoimento completo no Facebook (mulhereseig)

NOTA EIG GOIÁS – Queremos manifestar nossa tristeza e indignação pelo trágico assassinato da diarista Denise Alves Fernandes, de 54 anos, mais uma vítima fatal da cultura do ódio contra as mulheres.

O caso aconteceu em Aparecida de Goiânia, Goiás. Dona Denise presenciou, na casa que ela trabalhava como diarista, o que nós estamos tão acostumados/as a assistir nas mídias todos os dias: a cruel violência praticada contra as mulheres, dentro de suas casas. Por tentar dar fim à cena de violência doméstica, ela foi espancada com socos e chutes na cabeça pelo agressor, que era marido da sua patroa. Ela ficou alguns dias no hospital, mas acabou falecendo. Lamentavelmente, a dona Denise faleceu! Lamentavelmente ela foi mais uma mulher goiana vítima do machismo. Dona Denise morreu porque era mulher. Morreu por causa da cultura que mata mulheres.

Aqui em Goiás, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (2020), o crime de Feminicídio no ano passado aumentou 20%, quando comparados os meses de janeiro a setembro de 2019.

O estado de Goiás trabalha alinhado ao Governo Bolsonaro e à ministra dos Direitos Humanos e da Mulher, Damares Alves. O governador Ronaldo Caiado não está dando conta de resolver os problemas da violência doméstica e feminicídio.

O ethos cultural aqui em Goiás é extremamente nocivo às mulheres.

Por exemplo, o parlamentar goiano, símbolo do cidadão de bem, o deputado estadual Amauri Ribeiro participou da sua cerimônia de posse com a esposa no seu colo, como se ela fosse um pet, ou qualquer propriedade sua.

Aqui em Goiás, as igrejas evangélicas oferecem cursos aos casais na modalidade “escola da família” para reforçar a misoginia e o machismo e as escolas confessionais (principalmente as católicas e evangélicas) ensinam às crianças a “hegemonia inquestionável” do sexo masculino, tudo justificado pelo discurso pró-família.

Por aqui, em “nome de Jesus”, meninas estão sendo educadas para viverem o destino da submissão aos seus maridos agressores, esse é o padrão imposto a elas.  Enquanto que os meninos, eles estão educados para não serem “mulherzinhas”, por isso, precisam ser brutos. Igualdade de gênero? Nem pensar!

Gênero é palavrão, nem se fala nisso! Os goianos odeiam as feministas.  Eles se revoltam contra a “ideologia de gênero”, mas não se revoltam contra o feminicídio.

E qual é o triste resultado disso? Mulheres estão morrendo. E por causa dessa ciranda interminável, homens jovens estão matando e mulheres jovens estão morrendo.

Por isso, nós mulheres EIG Goiás queremos denunciar a inércia desse governo! Queremos manifestar nossa tristeza pelo assassinato da dona Denise!

Senhor governador, não basta fazer apenas propagandas e políticas de repressão!

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