Solidariedade à pastora Romi Bencke e ao CONIC

Foi divulgada uma carta de solidariedade assinada por centenas de entidades no Brasil e de toda a região, com a pastora luterana Romi Bencke e com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, que vêm sendo difamadas nas redes sociais por grupos católicos neoconservadores.

A carta diz:

Nos últimos dias, fomos surpreendidos por vídeos em que a pastora Romi e o CONIC foram atacados por seu papel na concepção da Campanha da Fraternidade ecumênica deste ano, cujo lema é justamente a promoção do diálogo (“Fraternidade e diálogo: Compromisso de Amor”).

A Campanha da Fraternidade ocorre no cerne da Igreja Católica do Brasil há mais de 50 anos e, a cada cinco anos, é elaborada pelo CONIC. Neste ano, foi pensada por um grupo de oito representantes de igrejas e movimentos cristãos brasileiros, entre eles: Igreja Católica Apostólica Romana, por meio da CNBB; Aliança de Batistas no Brasil; Igreja Episcopal Anglicana; Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Presbiteriana Unida; Sirian Ortodoxa de Antioquia; Igreja Betesda (igreja convidada); e CESEEP, organismo ecumênico.
A campanha tem como objetivos: denunciar as violências contra pessoas, povos e a Criação, em especial, as violências cometidas em nome de Jesus; encorajar a justiça para a restauração da dignidade das pessoas, para a superação de conflitos e para alcançar a reconciliação social; animar o engajamento em ações concretas de amor à pessoa próxima; promover a conversão para a cultura do amor em lugar da cultura do ódio; e fortalecer e celebrar a convivência ecumênica e inter-religiosa. A campanha repudia o racismo, a misoginia e outras formas de violência que aprofundam a cultura de ódio, e, por isso, vem sendo chamada de “revolucionária” por seus detratores.

O CONIC, que nasceu em 1982, em Porto Alegre, é um órgão que congrega igrejas cristãs de várias denominações. Um dos seus principais objetivos é fomentar um diálogo ecumênico que favoreça uma interlocução com organizações da sociedade civil e governo em prol de políticas públicas que viabilizem a paz e a justiça. O CONIC também possui forte atuação na defesa do Estado laico, entendendo que só um Estado que respeite a pluralidade e a diversidade religiosa é capaz de promover a paz em seu território.

A pastora Romi Bencke, secretária-geral do CONIC, é a primeira mulher a assumir esse cargo no Brasil. Sua trajetória e seu serviço pastoral culminam nos valores que cremos e defendemos: a promoção do diálogo ecumênico/religioso e a defesa dos Direitos Humanos.

Os grupos e organizações da sociedade civil que assinam essa nota atestam o compromisso da pastora Romi e do CONIC com os valores da paz, da justiça, do diálogo e do respeito às diversas crenças, e repudiam qualquer tipo de violência e difamação contra a pastora, os coordenadores da Campanha da Fraternidade, ou a Campanha em si.

As assinaturas podem ser vistas aqui.

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