REPAM-Brasil realizou o 2° Encontro de Ecoteologia

Foto: Reprodução

Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil realizou, nos dias 18 e 19 de agosto, o 2° Encontro de Ecoteologia da Rede. Nesta edição, o evento trouxe como temas principais o Sínodo para a Amazônia e a Ecologia Integral, provocando reflexões sobre a espiritualidade da escuta e os compromissos e horizontes ecoteológicos.  Participam do encontro mais de 40 participantes, entre bispos, assessores da REPAM-Brasil, lideranças dos comitês locais e convidados. O CONIC esteve representado pelo seu tesoureiro Mayrinkellison Wanderley – que também é membro da Aliança de Batistas do Brasil

Dom Erwin Kräutler, presidente da REPAM-Brasil, abriu o encontro acolhendo os participantes e lembrando a importância de refletir sobre o tema à luz da caminhada do Sínodo para a Amazônia. Durante o evento, Moema Miranda, assessora da Rede, conduziu um momento de memória do encontro de ecoteologia, realizado em 2017, que provocou diversas reflexões sobre o tema a partir da encíclica Laudato Si. 

Quem escutar? A quem vale a pena escutar? 

Essa é uma das provocações que o missionário comboniano e assessor da REPAM-Brasil, padre Dário Bossi, destacou no painel “A espiritualidade da escuta: o caminho do Sínodo para a Amazônia”. A apresentação abriu as discussões do primeiro dia do encontro.  “O papa repete e tenta insistir conosco que a escuta ela é um dom do Espírito Santo, não é simplesmente um voluntarismo nosso, é, sobretudo, um dom do Espírito. Não depende de nossa capacidade ou habilidade, ao contrário, é um dom do Espírito que exatamente por ser dom requer uma postura permanente de docilidade, confiança, paciência e descentralização”, ponderou. 

Compromissos e horizontes ecoteológicos  

Márcia Oliveira, também assessora da REPAM-Brasil, conduziu as reflexões do painel “Documento Final e Querida Amazônia: compromissos e horizontes ecoteológicos para os novos caminhos”, onde apontou elementos do documento final e da Querida Amazônia. A assessora afirmou que a sinodalidade foi o fio condutor da Assembleia Sinodal para escutar a realidade, encontrar os possíveis caminhos e promover ações que venham ao encontro das necessidades da região pensada a partir das particularidades de seu bioma, da diversidade sociocultural de seus povos e da posição estratégica que ela ocupa no planeta. “Localizar a Amazônia nessa perspectiva como uma grande Casa Comum me parece que é o grande horizonte nessa perspectiva de novos caminhos”, destacou. 

Escuta da diversidade 

Daniel Souza, teólogo, membro da Igreja Anglicana e convidado da REPAM-Brasil, partilhou algumas inquietações e provocou o grupo sobre a “escuta da diversidade”. Segundo Daniel, a escuta da diversidade também pode ser perigosa porque pode-se “criar uma inclusão excludente”.  “Então, eu crio um espaço de totalidade diverso, mas essa diversidade é uma inclusão excludente porque, de fato, não desloca o poder. O poder está mantido e os esquemas de quem diz o mundo, fórmula e estabelece. Então, qual é o lugar da diversidade quando estamos falando de ecoteologia?”, questionou o teólogo. 

SEGUNDO DIA

 O segundo dia de evento foi encerrado com um painel sobre os desafios para a ecoteologia no mundo contemporâneo. Todos os materiais disponibilizados pelos assessores deste 2° Encontro de Ecoteologia da REPAM-Brasil já podem ser acessados neste link

“O evento foi de grande importância para percebermos que o cuidado com a natureza e, em especial, a defesa da Amazônia, é uma questão de espiritualidade. Deus nos chama a defendermos não apenas a natureza, mas também os povos originários, o ecossistema, denunciar a degradação de nossa Casa Comum. Para isso, precisamos tomar decisões corajosas que expressem esse nosso compromisso religioso”, afirmou o representante do CONIC no evento, Mayrinkellison Wanderley. 

Com informações da REPAM/CONIC

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