O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi oficializado em 2007 através da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro. A data é uma homenagem à Mãe Gilda de Ogum, que morreu há 22 anos, de um infarto fulminante após ser vítima de racismo religioso. Mãe Gilda e o 21 de janeiro, desde então, simbolizam a luta pela liberdade e o respeito à diversidade religiosa.
A CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço, KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, FEACT – Fórum Ecumênico ACT Brasil e CEBIC – Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs realizaram, na noite de quinta-feira (20), uma série de projeções em alusão ao Dia Nacional de Luta contra a Intolerância Religiosa. A ação aconteceu nas ruas de três capitais do país: na Consolação, em São Paulo (SP), em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ) e no Rio Vermelho, em Salvador (BA). O ato foi parte da programação da Semana de Combate ao Racismo, Ódio e Intolerância Religiosa (16 a 22 de janeiro), com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade para o enfrentamento de toda forma de intolerância e violência religiosa que se acentuaram nos últimos anos.
As estatísticas mostram a realidade: as ameaças à livre manifestação da fé atingem, na maioria dos casos, pessoas de religiões de matriz africana. Apenas no primeiro semestre de 2019, houve um aumento de 56% no número de casos em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Disque 100 publicados pelo jornal Brasil de Fato. Das 354 denúncias, 233 não tiveram segmento religioso informado, mas 61 referem-se a religiões de matriz africana; 18, à espirita; 12, à católica; 12, à testemunha de Jeová; 11, à evangélica; 3, à cristã; 2, à budista; 1, à protestante, e 1 caso de violência contra ateus. Atos de intolerância religiosa também alcançam as espiritualidades indígenas.
No ano passado, 7 Casas de Reza Guarani e Kaiowá foram incendiadas no estado do Mato Grosso do Sul, segundo publicação do CIMI – Conselho Indigenista Missionário. Para os povos indígenas, os incêndios nas casas sagradas representam uma perda espiritual maior que a perda material.
Segundo Sônia Mota, Diretora Executiva da CESE e Pastora da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), os números acima demonstram a necessidade de igrejas e organizações baseadas na fé comprometidas com a defesa de direitos, realizarem ações de combate aos negacionismos, aos racismos e as intolerâncias de origem religiosa, tão presentes em nossa sociedade: ‘’Quando é que vamos verdadeiramente nos olhar e nos respeitar mostrando que é possível vivermos a nossa fé, sem achar que o/a outro/a é um inimigo? Todas as pessoas tem o direito de vivenciar sua espiritualidade de acordo com a sua escolha. A defesa da liberdade religiosa precisa estar no nosso fazer teológico. O dia 21 de janeiro, lembrado pela dor da perda de Mãe Gilda, representa um dia de luta e de compromisso com a pluralidade, com a diversidade e com o respeito à liberdade religiosa. Qualquer ação de mudança estrutural e de transformação que se pense neste país exige o reconhecimento da pluralidade religiosa e a implementação de políticas públicas de combate ao racismo religioso. Como pastora eu reconheço que o Cristianismo é apenas uma das tradições religiosas que nos constitui enquanto nação”, salientou Sônia.
Pessoas de outras religiões importam e merecem respeito. Intolerância Religiosa é Crime! As organizações que promoveram esse ato assumem o compromisso de respeitar e reafirmar que todas as pessoas são dignas de respeito e liberdade de crença, inclusive as que não professam nenhum credo.
Vejam as projeções de 20 de janeiro AQUI. E hoje, 21 de janeiro tem mais! No Largo de Santana, em Salvador, às 20h haverá mais um momento de exibição de frases que reafirmam a luta contra a intolerância, o ódio e o racismo religioso! Confira nas mídias sociais das organizadoras.
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