BRASIL-
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço– CESE se solidariza com os (as) mais de 150 mil pescadores, pescadoras e marisqueiras artesanais que sofrem com mais uma tragédia ambiental causada pelas manchas de óleo, de origem ainda desconhecida, que assolaram 2.100km do litoral nordestino.
Nesta semana dezenas de pescadores, pescadoras, marisqueiras e quilombolas foram às ruas e ocuparam a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, em Salvador, para cobrar plano de contingência para o óleo não chegar às praias e comunidades pesqueiras da Bahia. A iniciativa é organizada pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras e contou com o apoio de estudantes, professores e organizações da sociedade civil.
As primeiras manchas de óleo surgiram no final do mês de agosto, na Paraíba, e gradativamente a substância foi atingindo todos os estados da região Nordeste. O impacto social e ambiental ainda é incalculável, e até o momento não se sabe ao certo a origem do problema e quem são os responsáveis “Queremos saber de onde foi esse óleo, o que ocasionou e quais serão as alternativas para as populações que dependem do mar para sobreviver.“, afirma Eliete Paraguaçu – Ilha de Maré (BA) e integrante do Movimento de Pescadores e Pecadoras (MPP).
Cese se une a outras vozes que exigem:
• Retomada das esferas de controle, monitoramento e fiscalização ambiental extintos pelo atual governo;
• Atuação efetiva dos órgãos públicos para impedir que a chegada do óleo contamine outras áreas litorâneas, ilhas e manguezais;
• Apuração das responsabilidades, punição dos culpados e as devidas reparações socioambientais e
• Indenização de milhares de pescadores (as) e marisqueiras que já estão com suas atividades interrompidas há mais de 30 dias, sem possibilidade de venda de seus pescados e mariscos.
Assim, a CESE reafirma seu compromisso com os direitos na sua integralidade, com o desenvolvimento sustentável e a justiça socioambiental e se coloca em solidariedade aos movimentos e organizações sociais que estão atuando nas áreas afetadas recolhendo o material, denunciando o descaso do governo federal e levando apoio e orientação às populações atingidas.