Angélica Tostes-
Precisamos estar atentos aos valores que estão sendo difundidos pelo cristianismo em expansão em nosso país e continente. Infelizmente, os fundamentalistas religiosos cristãos propagam uma visão machista e homofóbica, colocando as mulheres (cis e trans) e populações LGBT+s em situação ainda mais vulnerável.
É importante ler a Bíblia com cuidado, considerando seu contexto cultural e histórico, e estar cientes de que há relatos de violência contra mulheres presentes nela, como os textos terríveis, como o relato da concubina em Juízes 19 ou Tamar em II Samuel 13, entre outros.
A violência contra mulheres tem diversas causas, como fatores culturais, sociais, econômicos e de acesso à educação e serviços de saúde, não se limitando apenas à religião, embora esta também possa contribuir para perpetuá-la.
Contudo, existem grupos cristãos que promovem a igualdade de gênero e respeitam os direitos das mulheres, como as Evangélicas pela Igualdade de Gênero, Católicas pelo Direito de Decidir e Rede de Mulheres Negras Evangélicas. É crucial resgatar a interpretação libertadora da Bíblia e seguir o caminho de Cristo Libertador, trabalhando em parceria com as mulheres na luta pela libertação. Essa é uma tarefa urgente para confrontar a narrativa do cristianismo opressor que busca controlar os corpos das mulheres.
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A autora é teóloga feminista, mestra em Ciências da Religião, pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social
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