“Protejam o povo da Amazônia”, instam líderes de igreja noruegueses

Foto: Associação Indígena Kisêdjê

Igrejas da Noruega uniram suas vozes às que expressam preocupação com o povo da Amazônia a medida que o Coronavírus se espalha cada vez mais pelo país. Em carta à embaixada brasileira, a Igreja da Noruega e a Igreja Católica Romana na Noruega expressaram profunda solidariedade com o povo do Brasil.

“Como igrejas norueguesas, estamos em contato próximo com nossas irmãs e irmãos na fé no Brasil e temos recebido atualizações sobre seus esforços para servir suas comunidades em tempos de crise”, diz a carta. “Achamos profundamente preocupante a disseminação descontrolada da COVID-19 na Amazônia, causando o colapso dos sistemas de saúde naquela região”.

A carta foi assinada pelo bispo presidente da Igreja da Noruega, Olav Fykse Tveit, e pelo bispo da diocese católica de Oslo, Bernt Eidsvig.

Em 4 de maio, a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou um comunicado dizendo que os testes são insuficientes para conhecer a verdadeira expansão do vírus. “Muitas pessoas com sintomas evidentes da doença morrem em casa sem assistência médica e acesso a um hospital”, diz o comunicado. “Diante desse cenário de pandemia, cabe às autoridades públicas implementar estratégias de atendimento responsável para os setores populacionais mais vulneráveis.”

Segundo a declaração, os povos indígenas e as comunidades tradicionais estão em grande risco. “Além dos povos da floresta, as populações urbanas, especialmente nas periferias, estão expostas e têm suas condições de vida ainda mais degradadas pela falta de saneamento básico, moradia decente, comida e emprego”, diz o texto. “São migrantes, refugiados urbanos, povos indígenas, trabalhadores industriais, trabalhadores domésticos, pessoas que vivem de trabalho informal e clamam por proteção à saúde.”

A mineração de ouro, as atividades extrativas e o desmatamento aumentaram ainda mais a vulnerabilidade de todas estas pessoas, observa a mensagem. “Com a Amazônia cada vez mais devastada, ocorrerão sucessivas pandemias, piores do que as que estamos enfrentando atualmente”, diz a mensagem.

Fonte: Conselho Mundial de Igrejas
Foto: Associação Indígena Kisêdjê

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